Estilo pet

Amor que vem das ruas

O melhor amigo do homem não precisa ter uma raça definida e pode estar pelas ruas

Carlos Queiroz -

Os animais se comunicam e transmitem o que sentem através do olhar e das atitudes. Se a cadela, Murtadela, e o gato, Gelinho, falassem, teriam muitas histórias de aventuras e de gratidão para contar. Ambos foram animais de rua. Gelinho possui um problema de malformação nas pálpebras, além disso, contraiu FIV - a Aids felina -, doença transmitida por brigas e por procriação, sem risco de contaminação humana. Já Murtadela é uma cadela de nove anos. Em junho ela foi encontrada em uma valeta, agonizando, depois de ter sido atropelada. A sua sorte foi que alguém, ao passar pelo local, a viu e se sensibilizou com a situação, deixando-a em um veterinário. As opções eram poucas. Para fazer os procedimentos e salvar a vida da cachorra era preciso uma radiografia identificando onde estavam os ossos fraturados, a outra opção era sacrificar o animal. Quem a levou até o médico não assumiu a responsabilidade, então era preciso arrumar alguém para pagar os exames. É aí que entra uma personagem em comum nessas duas histórias, Dea Acunha, 40, uma microempresária apaixonada por animais.

Ela já perdeu a conta de quantos gatos e cachorros passaram por sua vida. Desde pequena levava os bichos para casa e a desculpa dada à mãe era: “Ele me seguiu”. Dea cresceu, mas sempre ligada aos movimentos de resgatar os animais, cuidar deles e posteriormente achar donos responsáveis. Atualmente, na sua casa de 120 metros quadrados permanecem 22 gatos e cinco cachorros. Dez gatos resgatados pela ONG 84 Gatos da Gonça estão lá de passagem, aguardando a construção de um gatil, os outros 12 ela recolheu das ruas - três deles, inclusive o Gelinho, estão para adoção. Entre os cães, a três ela se apegou e os adotou. A Murtadela está neste grupo.

Todo animal deve ter a chance de ter um lar e de ser amado. Por isso, Dea ressalta que independentemente da idade ou de serem vira-latas, os animais são carinhosos. “Quem tiver condições de ter um em casa, não irá se arrepender”, aconselha. A pequena Luciana Acunha, 4, filha de Dea, já aprendeu a amar cada membro felino e canino da casa. Interessados em ajudar ou adotar podem entrar em contato pelo telefone (53) 8128-2802.

Termo de adoção responsável
Tanto a ONG SOS Animais Pelotas, quanto a ONG 84 Gatos da Gonça, ao dar os animais resgatados fazem um termo de adoção responsável. Assim, é possível assegurar que em caso de abandono ou maus-tratos uma multa seja cobrada. Além disso, o termo possui endereço, telefone de quem adota e pode até mesmo ser registrado em cartório, tornando o processo legítimo e seguro. Segundo a veterinária e responsável técnica pela SOS Animais, Carine Luçardo, os vira-latas são animais com maior resistência a doenças e normalmente têm temperamento dócil.

Dicas
►Ao encontrar um animal na rua, antes de levar para casa, vá ao veterinário para verificar se ele não possui nenhuma doença. Principalmente se já tiver outros animais em casa.

►Coloque fotos do animal nas redes sociais, o animal pode ter dono e estar perdido.

►Ao alimentá-lo opte por porções pequenas, pois o animal pode estar desidratado e comer até passar mal.

►Optando por ficar com o animal em casa é preciso seguir as orientações veterinárias. Normalmente, o veterinário orienta a dar vermífugo a deixá-lo em observação por duas semanas, para então dar as vacinas. A veterinária Carine ressalta que não tem como saber se o animal já foi vacinado, mas que não existe problema em repetir as doses.

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